A fundação do sistema Ving Tsun é atribuída a uma pessoa, esta pessoa se chama Yim Ving Tsun. De fato, o que foi atribuído a ela foi a formatação do sistema, ou seja, sua configuração e linearidade, de modo que o desenvolvimento do Kung Fu fica a critério do líder de família.
Entenda: o sistema Ving Tsun (Yim Ving Tsun Kuen) ou os punhos de Ving Tsun, é um caminho para se atingir o Kung Fu. Como caminho, é importante entender que passar por ele é como caminhar por trilhas, que podem se atualizar a todo momento, jamais trilhos que conduzem a um caminho rigoroso e direcionado com algum objetivo fim.
Assim feito, desenvolvemos o Kung Fu, que é, em minha opinião, a expressão artística de um indivíduo
De maneira parecida, cabe saber que líder de família e mestre são coisas diferentes. Ambos podem ser chamados de Si Fu, mas suas diferenças podem ser entendidas tanto na grafia dos termos – elas são diferentes – quanto no seu papel.
Para o fim deste texto, baseio-me na segunda hipótese. Enquanto mestre, este Si Fu é considerado um perito na transmissão de um sistema. Pessoalmente, percebo-o como um técnico, alguém capaz de transmitir o entendimento e a aplicação das técnicas do sistema Ving Tsun. Por se concentrar em técnicas e manejos, este não contribui diretamente para o desenvolvimento do Kung Fu.
Aquele que desenvolve o Kung Fu é também um perito no sistema, porém, foi capaz de transcender suas limitações e explorar plenamente suas capacidades, tornando-se assim um perito em transmitir a capacidade de outros também se libertarem e desenvolverem, assim, sua própria maneira de construir o Kung Fu.
Eu tenho a oportunidade de viver o que foi dito na prática. Por exemplo, todos os que tiveram a oportunidade de participar de reuniões on LINE já observaram que nos próprios aplicativos que permitem as reuniões, é possível ver um emoji de uma mãozinha, indicando que aquela pessoa gostaria de falar.
Na nossa família, Si Fu, pede que aqueles que desejem falar simplesmente abram o microfone e falem.
O trabalho do Kung Fu acontece porque, embora se possa falar a qualquer momento, é evidente que existem momentos certos para se falar.
Acertar este momento não é uma tarefa fácil, pois é necessário percebê-lo e, em percebendo, nem sempre o tempo de percepção e intervenção, neste caso, a fala, estão alinhados, o que gera risco de desvirtuar o assunto. Claro, isto não é desejado.
É uma experiência bem desafiadora e absolutamente rica em termos do Kung Fu. Vale a pena experimentar.”